sábado, 16 de agosto de 2008

Olhares a gosto vesperam


*

Hoje meus olhares fechados sussurram:

nem mesmo o gelo-sereno dessa noite
pode resfriar a margem do anseio nu
morado nesse teu mistério corado;

cravada na terra dos instintos,
entre vésperas de quilates raros,
ela tanto fundo ilumina
a fome avoada de teu seio,
como alto incandesce de nós
o veio do leito imaginado:
de chamas raras,
queima o ponteiro dos olhos do tempo;
toda bem acesa,
é a âncora-luz dos espasmos mais altos!

E não terás de abrir-nos os escaninhos dos olhos
para se perderem todos em contação de estrelas
ou enxergar a voz estreita do êxtase madrugado!

A foz de teus arrepios,
plena e liberta às avessas,
não se acaricia ao visionar
a superfície do visível:

ela melhor se delicia, deságua e brinca
sob a entrega da cega alvorada vívida
ancorada no átimo do orgasmo das liras.




(Cel Bentin)

3 comentários:

Cel Bentin disse...

Eu gosto desse cara até de olhos fechados! rs

Cel Bentin disse...

Fotinho poderosa, hein. Consegue você armar um sabor alto e bom nessas construções!

Cel Bentin disse...

Gratidão e carinho pelos votos e cumplicidade marcadas nesse tema.

P.S. Carinho de beijo grato também à dona da foz dessas palavras.